©️ Daniel Hunter/WRI Brasil

Glossário

Saiba mais sobre termos e conceitos utilizados pela Ciência da Restauração de Ecossistemas. Para dar conta da dinâmica de conhecimento sobre o tema, esta página está em constante atualização.

  • Abandono: interrupção temporária ou permanente de regimes prévios de manejo ou uso de uma área natural ou, mais frequentemente, agrícola: geralmente induz à regeneração natural da vegetação. 

 

  • Banco de sementes do solo: reserva de sementes viáveis no solo, em profundidade e na sua superfície (Roberts, 1981). O banco de sementes de áreas naturais ou recentemente desmatadas é dominado por espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas nativas pioneiras, ao passo que em áreas antropizadas são as plantas daninhas, notadamente as gramíneas invasoras, que predominam no banco de sementes. 

 

  • Bioma: Uma categoria de agrupamento de comunidades e ecossistemas com base no clima e nas formas vegetais dominantes.

 

  • Bens e serviços ecossistêmicos – BSE: produtos e processos naturais gerados por ecossistemas que sustentam e completam a vida humana (depois de Daily et al., 1997). Para simplificar, os BSEs são às vezes chamados de serviços ecossistêmicos. A Avaliação Ecossistêmica do Milênio (MA, 2005) reconhece quatro categorias de benefícios às pessoas: serviços de provisão, de regulação, de suporte e culturais. Exemplos incluem provisão de água limpa, regulação de enchentes, proteção do solo e controle de erosão, manutenção do clima (sequestro de carbono), polinização de cultivos e serviços culturais para preencher as necessidades recreativas, intelectuais e espirituais. A iniciativa “Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade” define serviços ecossistêmicos como “as contribuições diretas e indiretas dos ecossistemas para o bem-estar humano” (Groot et al., 2010). Às vezes o termo serviços ambientais é utilizado como sinônimo de “serviços ecossistêmicos”, mas isto deve ser evitado. 

 

  • Biodiversidade: é a diversidade de toda a vida, em todos os níveis de organização (genético, individual, população, comunidade, ecossistema) e com seu dinamismo funcional e evolutivo, em um local específico ou geral, na biosfera. Pela perspectiva socioeconômica, a biodiversidade é o componente biótico, vivo e em evolução, do estoque de capital natural (renovável e cultivado), que gera um fluxo de serviços ecossistêmicos para assegurar os benefícios e valores que são essenciais para o bem-estar humano (Groot et al., 2010). 

 

  • Clímax: considera-se em clímax o ecossistema ou comunidade vegetal ou animal que se observa no estágio “final” da sucessão, em equilíbrio dinâmico. O termo é baseado na já amplamente superada teoria ecológica de trajetória sucessional linear e previsível, que assume a estabilidade ambiental e desconsidera os resultados dos processos ecológicos estocásticos (Clements, 1928). É utilizado quase que exclusivamente para descrever sistemas terrestres. Em situações em que o estágio final da sucessão é determinado por limitações do solo, tais como disponibilidade hídrica, teor de nutrientes e/ou acidez, diz-se que a comunidade vegetal apresenta clímax edáfico. Por exemplo, áreas com solo litólico, localizadas sobre afloramentos rochosos, apresentam na comunidade clímax espécies tolerantes ao déficit hídrico prolongado, ao passo que em áreas vizinhas, de solo mais profundo, a comunidade clímax pode ser muito diferente. Assim, é o solo que determina a comunidade clímax, e não o reservatório de espécies. Quando o estágio final da sucessão é determinado por características do clima, diz-se que a comunidade vegetal apresenta clímax climático. 

 

  • Degradação: simplificação ou modificação do ecossistema, causada por um distúrbio natural ou antrópico, cuja severidade ou frequência ultrapassa o limiar a partir do qual a recuperação natural do ecossistema não é possível em um período de tempo razoável. Dependendo do nível de degradação, ações de restauração ecológica ou reabilitação são necessárias para reverter a situação. A degradação, quer seja resultante de fatores naturais ou antrópicos, geralmente implica alterações ambientais severas e reduz a biodiversidade e os fluxos de bens e serviços ecossistêmicos.

 

  • Desenvolvimento sustentável: desenvolvimento econômico que satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações em suprir suas próprias necessidades (Brundtland Commission, 1987). 

 

  • Dispersão de sementes: movimentação das sementes para além dos indivíduos parentais (Parciak, 2002). Pode ser feita por animais (zoocoria), pelo vento (anemocoria), pela água (hidrocoria) ou por mecanismos da própria planta-mãe (autocoria). No caso particular da zoocoria, as sementes podem ser carregadas no interior (endozoocoria) ou na superfície (exozoocoria) do corpo do animal dispersor, tal como se observa em frutos com projeções que se grudam na pelagem de mamíferos. Adicionalmente, a zoocoria pode ser subdividida em função do tipo de animal dispersor, como aves (ornitocoria), primatas (primatocoria), morcegos (quiropterocoria), formigas (mirmecoria), ungulados (artiodactilocoria) e peixes (ictiocoria). Por sua vez, a autocoria pode ser dividida entre espécies cuja dispersão é dada pela simples queda da semente por gravidade (barocoria) e por mecanismos que lançam as sementes para longe da planta-mãe (explosiva). 

 

  • Ecologia: ciência que trata das interações entre seres vivos e destes com o ambiente. Tais interações envolvem elementos do meio físico (solo, temperatura, disponibilidade de água, etc.) e qualquer influência de um organismo sobre outros organismos − i.e., o meio biótico. O cientista alemão Ernst Haeckel, em 1869, usou pela primeira vez esse termo para designar o estudo das relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem. A ciência da ecologia foi assim denominada pela primeira vez por Tansley (1935), que tratava especialmente de populações, mas hoje trata de uma ampla gama de fenômenos e escalas, indo desde uma molécula individual até o sistema global por completo.

 

  • Ecologia da paisagem: ciência que estuda e interfere nas inter-relações entre o padrão espacial e os processos ecológicos por meio de níveis hierárquicos de organização biológica em diferentes escalas no espaço e no tempo (Wu e Hobbs, 2007). 

 

  • Ecologia da restauração: ciência que trata do desenvolvimento e da aplicação de teorias e modelos ecológicos à compreensão dos processos envolvidos na restauração de ecossistemas degradados, danificados ou destruídos (SER, 2004), gerando conceitos, testando hipóteses, modelando processos e tecendo predições mediante os fatores atuantes e as técnicas aplicadas à restauração. Deve nortear a prática da restauração ecológica e retroalimentar-se dela. Alternativamente, pode ser definida como a ciência que avança as fronteiras da ecologia teórica por meio de estudos de ecossistemas restaurados ou em restauração. Adicionalmente, a ecologia da restauração é uma ponte entre as ciências naturais e sociais, conforme observado há tempos por Cairns e Heckman (1996). (Cf. Restauração ecológica.) 

 

  • Ecossistema: Complexo dinâmico de comunidades vegetais, animais e de micro-organismos e o seu meio inorgânico que interagem como uma unidade funcional.

 

  • Espécie ameaçada: espécie biológica considerada em risco de extinção. A União Internacional para a Conservação da Natureza – IUCN estabeleceu diferentes categorias para essas espécies, segundo o grau de ameaça a que estão expostas, tais como: “vulnerável”, “ameaçada”, “muito ameaçada”, etc. (http://www.iucnredlist.org.). 

 

  • Espécie exótica: é exótica ou não nativa para uma determinada região biogeográfica uma espécie oriunda de alguma outra região e que ali não ocorre naturalmente. Compreende espécies cultivadas (ornamentais ou comerciais) e espécies invasoras. Muitas vezes o conceito é aplicado com base nos limites territoriais de um país, o que é um equívoco, não tendo nenhum respaldo científico. Por exemplo, espécies amazônicas devem ser consideradas exóticas na Mata Atlântica, e espécies exclusivas da Mata Atlântica do Nordeste são exóticas na Mata Atlântica do Sudeste. 

 

  • Espécie invasora: espécie não nativa (animal, vegetal ou microorganismo) que coloniza e, sem intervenção humana, expande sua população em um ecossistema que não ocupava naturalmente (Pyšek, 1995; Mack et al., 2000; Richardson et al., 2000). Uma espécie nativa que apresenta aumento incomum em sua população e/ou no território que ocupa não deve ser considerada invasora, embora demande atenção e, em alguns casos, manejo. 

 

  • Espécie nativa: espécie de planta, animal ou microorganismo que tenha ocorrência comprovada em uma região biogeográfica sem que tenha sido introduzida por ações antrópicas, ou que já estivesse presente antes do período Neolítico (Pyšek, 1995) ou de outro período histórico eleito como referência. Por exemplo, alguns autores na Europa, América do Norte e Austrália usam o ano de 1492 como referência. 

 

  • Fixação de carbono: acúmulo de carbono em elementos do ecossistema, quer seja na biomassa viva, biomassa morta ou no solo. 

 

  • Floresta primária: floresta formada por espécies nativas, que se desenvolveu sem interferências antrópicas perceptíveis (Food and Agriculture Organization of the United Nations − FAO, 2004). 

 

  • Floresta primária degradada: floresta primária que sofreu perturbações e teve alterada sua estrutura, mas mantém parte de sua composição de espécies original. (Cf. floresta secundária). 

 

  • Floresta secundária: floresta que se regenerou naturalmente após abandono em área que foi desmatada, pelos processos clássicos da sucessão secundária. (Cf. floresta primária degradada).

 

  • Fragmentação: interrupção da continuidade espacial e funcional de habitat. Resulta na restrição de fluxos biológicos na paisagem, o que leva populações naturais de espécies nativas ao isolamento reprodutivo, à restrição de migração e à maior vulnerabilidade a distúrbios que, juntos, comprometem a conservação da biodiversidade em médio e longo prazos. A fragmentação amplia as áreas sob efeitos de borda, reduzindo a quantidade de habitat adequado às espécies mais sensíveis a variações ambientais. Intervenções como a implantação ou melhoria de corredores e trampolins ecológicos, mudança do uso da terra na matriz entre as unidades da paisagem que estão isoladas (Hobbs e Saunders, 1992; Metzger, 2003), entre outras, podem reverter os efeitos da fragmentação. 

 

  • Função ecológica: qualquer um dos processos subjacentes do ecossistema que dão suporte a sistemas ecológicos saudáveis, incluindo a produção primária, decomposição, ciclagem de nutrientes, etc. Funções só podem ser descritas utilizando taxas (i.e., medidas ao longo do tempo). 

 

  • Grupo de diversidade: Espécies vegetais que apresentam crescimento lento, porém são fundamentais para a perpetuação da floresta a ser restaurada. Grande parte das espécies do grupo de diversidade é responsável por substituir as espécies do grupo de recobrimento, que apresentam ciclo de vida normalmente mais curto. Outras são responsáveis por atrair fauna e estabelecer importantes relações ecológicas.

 

  • Grupo funcional: grupo de espécies que têm atributos comuns e desempenham um papel particular nos processos do ecossistema. Como exemplos, podem-se citar espécies vegetais fixadoras de nitrogênio ou espécies caducifólias. Quando as espécies dependem de um conjunto similar de recursos, grupos funcionais também são chamados de guildas (ver Wardle et al., 2003). O conceito tem muito uso e relevância na restauração ecológica (e.g. Elliott et al., 2003; Rodrigues et al., 2011).

 

  • Grupo de preenchimento: conjunto de espécies arbustivas e arbóreas nativas que possuem rápido crescimento e boa cobertura de copa já nos primeiros anos de vida. É composto principalmente por espécies pioneiras, embora algumas pioneiras de copa estreita e/ou rala não sejam incluídas e algumas espécies secundárias sejam. O rápido sombreamento do solo promovido por esse grupo é favorável ao desenvolvimento dos indivíduos do grupo de diversidade e dificulta a colonização e crescimento de gramíneas invasoras (Rodrigues et al., 2011)

 

  • Grupo de recobrimento: É constituído por espécies de plantas nativas regionais que possuem rápido crescimento e boa formação de copa, além de precocidade e abundância reprodutiva, representando uma boa capacidade sombreadora e colonizadora da área a ser ocupada. O fato de pertencer a um grupo funcional inicial na sucessão não implica em dizer que a espécie se encaixa no grupo de recobrimento. Para uma espécie pertencer a esse grupo ela deve ter como característica, além do rápido crescimento, a capacidade de formar copa densa e ampla, sendo assim uma eficiente sombreadora do solo.

 

  • Grupo sucessional: grupo de espécies que se assemelham em seus atributos funcionais relacionados com a etapa da sucessão secundária em que ocorrem naturalmente. A classificação baseia-se na reocupação de clareiras em florestas tropicais, sendo usualmente reconhecidos quatro grupos: espécies pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e climácicas (Budowsky, 1965). Uma vez que a classificação é fortemente baseada na tolerância à sombra, sua aplicação à vegetação do Cerrado não é recomendada. 

 

  • Indicadores ecológicos: variáveis perfeitamente identificáveis, fáceis de medir, de fácil compreensão e que bem representem a condição do ambiente ou as tendências de mudança nessa condição no tempo (Dale e Beyeler, 2001). Na ecologia da restauração, são variáveis que podem ser medidas com facilidade e precisão para o monitoramento das alterações na biodiversidade ou nos processos ecológicos do ecossistema em restauração, ao longo de sua trajetória em relação ao estado desejado ou ao estado inicial documentado em um projeto de restauração ecológica. 

 

  • Indução da regeneração natural: ações de manejo que podem desencadear os processos de regeneração natural. Por exemplo, instalação de cercas para exclusão do gado, prevenção de incêndios, revolvimento de banco de sementes, instalação de poleiros, erradicação de invasoras, etc. 

 

  • Manejo adaptativo: forma de manejo que estimula, quando necessárias, mudanças periódicas nos objetivos e protocolos de manejo, em resposta aos dados de monitoramento e outras novas informações. Na restauração ecológica, compreende intervenções deliberadas no ecossistema durante sua trajetória, visando superar filtros ou barreiras que dificultem sua evolução rumo ao estado desejado. 

 

  • Mata ciliar: denominação que se dá à vegetação existente na zona ripária, quando esta vegetação é florestal, assim como a vegetação na zona de interflúvio. 

 

  • Mitigação: conjunto de ações que visam minimizar os impactos ou danos ambientais inevitáveis previstos para um empreendimento. Tais ações são indicadas com base em Estudos de Impacto Ambiental e são exigidas por órgãos governamentais ou acordos internacionais, para concessão de licença ambiental. 

 

  • Monitoramento: observação e registro regular das atividades de um projeto ou programa, para verificar se seus objetivos estão sendo atingidos nos prazos esperados. Na restauração ecológica, consiste na aplicação de indicadores para verificar se os objetivos e metas em cada etapa da restauração estão sendo atingidos. O monitoramento deve apontar a necessidade ou não de manejo adaptativo.

 

  • Mudança climática: mudanças nos padrões globais de temperatura e precipitação que têm sido, em grande parte, atribuídas ao aumento das concentrações atmosféricas de dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa (e.g. metano, óxidos nítricos) desde a metade do século XIX ou do início da Era Antropocênica.

 

  • Nucleação: técnica de restauração ecológica que se baseia na formação de pequenos núcleos de vegetação em uma área degradada, visando promover a conectividade da paisagem e o restabelecimento dos fluxos biológicos. Pode basear-se na instalação de abrigos artificiais para a fauna dispersora de sementes, no plantio de ilhas com espécies herbáceas, arbustivas e/ou arbóreas, na translocação de banco e chuva de sementes obtidos em áreas naturais e/ou na instalação de poleiros artificiais (Reis et al., 2010). 

 

  • Pagamento por Serviços Ambientais – PSA: transação na qual um serviço ecossistêmico bem definido ou uma forma de uso da terra que possa assegurar este serviço é adquirido por pelo menos um comprador de pelo menos um provedor sob a condição de que o provedor garanta a provisão deste serviço (Wunder et al., 2008). 

 

  • Paisagem: Mosaico heterogêneo formado por diferentes elementos bióticos e abióticos considerados sob determinada escala de observação. Estes elementos da paisagem podem se apresentar sob a forma de mosaicos, contendo manchas, corredores e matrizes, ou sob forma de gradientes.

 

  • Produtos florestais não madeireiros − PFNM: produtos de origem biológica, exceto madeira, derivados de espécies arbóreas ou de ecossistemas florestais. Incluem folhas, óleos essenciais, resinas, frutos, plantas ornamentais, artesanais, etc. 

 

  • Recuperação ambiental: termo genérico aplicado a todas as atividades que visam melhorar as condições ambientais de um dado ecossistema degradado, podendo incluir ações de engenharia ecológica, recuperação de áreas degradadas, reabilitação ecológica e restauração ecológica. De forma geral, o uso desse termo deve ser evitado em projetos técnicos e instrumentos legais, pois gera ambiguidade com relação aos seus objetivos e metas. Esse termo, juntamente com seu equivalente recuperação de áreas degradadas, deve ser adotado quando houver de fato a intenção de se referir às diferentes possibilidades envolvidas na melhoria da qualidade ambiental de ecossistemas degradados. 

 

  • Recuperação de áreas degradadas − RAD: da mesma forma que recuperação ambiental, este termo tem sido amplamente utilizado no Brasil para referir-se indistintamente a diferentes técnicas aplicáveis visando reverter a situação de um ecossistema degradado para um estado desejável, independentemente do nível de degradação. Não deveria, portanto, ser utilizado quando a discriminação da técnica se faz necessária.

 

  • Regeneração Natural: Processo em que a vegetação natural perturbada ou suprimida recupera o conjunto de características da vegetação nativa madura. 

 

  • Resiliência: Corresponde à capacidade de determinado ecossistema que tenha sofrido danos oriundos de estresses ou distúrbios de recuperar os atributos estruturais e funcionais. Em termos práticos, é a possibilidade de a área apresentar regeneração natural.

 

  • Reflorestamento : plantação de árvores, nativas ou não, em povoamentos puros ou não, para formação de uma estrutura florestal em área que foi desmatada há menos de 50 anos. 

 

  • Regeneração natural: conjunto de processos pelos quais plantas se estabelecem em área a ser restaurada ou em restauração, sem que tenham sido introduzidas deliberadamente por ação humana. 

 

  • Regeneração natural assistida: conjunto de intervenções planejadas que visa potencializar a regeneração natural da vegetação em uma determinada área em processo de restauração, tais como introdução de elementos atrativos da fauna dispersora de sementes, controle da herbivoria causada por formigas, controle de espécies exóticas competidoras e criação de microssítios favoráveis ao estabelecimento de espécies nativas. (Cf. Restauração passiva). 

 

  • Restauração ecológica: processo e prática de auxiliar a recuperação de um ecossistema que foi degradado, danificado ou destruído (SER, 2004). Não deve ser confundida com várias outras atividades que visam à melhoria ambiental, como reabilitação ecológica, restauração florestal, restauração de habitat, recuperação ambiental e revegetação. (Cf. ecologia da restauração, restauração do capital natural). 

 

  • Restauração florestal: restauração ecológica aplicada a ecossistemas florestais.

 

  • Restauração passiva: termo frequentemente utilizado com o significado de retorno espontâneo de um ecossistema degradado rumo a um estado ou trajetória desejável pré-existente, por meio de resiliência, sucessão ou regeneração natural, sem intervenção humana deliberada.

 

  • Semeadura direta: uso de sementes, em vez de mudas ou plântulas, para estabelecer populações vegetais em áreas em processo de restauração. A semeadura direta pode ser realizada tanto pela hidrossemeadura como pela distribuição manual ou mecânica de sementes, em linha, em cova ou a lanço, no substrato do local onde as ações de restauração são conduzidas

 

  • Serapilheira ou serrapilheira: Camada superficial do solo de áreas vegetadas (florestais, savânicas ou campestres) constituída por material orgânico em diversos estádios de decomposição, como folhas, caules, ramos, frutos, flores, sementes, restos de animais, excretas e material fecal, materiais orgânicos não identificáveis e húmus. Além de conter sementes de diversas espécies vegetais e de diferentes formas de vida, fornece nutrientes, matéria orgânica e organismos essenciais para a recuperação da fertilidade e da atividade biológica do solo. Retém umidade, apresenta efeito estimulante nas plantas e protege as sementes por propiciar condições microclimáticas favoráveis à sua germinação e ao estabelecimento das plântulas.

 

  • Sequestro de carbono: ver Fixação de carbono. 

 

  • Serviços ambientais: Serviços proporcionados ao ser humano por ecossistemas naturais ou manejados.

 

  • Sistema agroflorestal − SAF: forma de uso da terra na qual se combinam espécies arbóreas lenhosas (frutíferas e/ou madeireiras) com cultivos agrícolas e/ou criação de animais, de forma simultânea ou em sequência temporal e que interagem econômica e ecologicamente.

 

  • Sucessão ecológica: É o processo de evolução do ecossistema desde a colonização até a comunidade clímax. Vão acontecendo mudanças ordenadas, graduais e progressivas no ecossistema como resultado da ação contínua dos fatores ambientais sobre os organismos e da reação destes ao ambiente.

 

  • Trajetória: rota sucessional pela qual um ecossistema se desenvolve ao longo do tempo. Na restauração, a trajetória esperada começa com o ecossistema degradado, danificado ou destruído e progride rumo ao estado desejado de restauração. Durante sua trajetória, o ecossistema pode se dirigir para estados alternativos estáveis ou para estados indesejados. A trajetória envolve todos os atributos ecológicos – bióticos e abióticos – de um ecossistema e, em teoria, pode ser monitorada por meio de indicadores ecológicos (SER, 2004; Clewell e Aronson, 2007).

Fontes:

Guia técnico para a recuperação de vegetação em imóveis rurais no Estado da Bahia / Secretaria do Meio Ambiente – Salvador: SEMA, 2017. 82p.
https://www.tnc.org.br/content/dam/tnc/nature/en/documents/brasil/guia-tecnico-para-recuperacao-de-vegetacao-em-imooveis-rurais-ba.pdf 

 

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa
https://www.embrapa.br/codigo-florestal/entenda-o-codigo-florestal/glossario 

 

ARONSON, J. et al. Conceitos e definições correlatos à ciência e à prática da restauração ecológica.
http://www.lerf.esalq.usp.br/divulgacao/recomendados/artigos/aronson2011.pdf 

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